Quem atua na área da saúde às vezes se depara com situações emocionantes, onde a fé e o amor fazem frente às dificuldades de se enfrentar uma doença grave. Esta semana, a história de um de nossos beneficiários, chamou a atenção da imprensa e de todos nós. Um caso que reflete bem como nunca é tarde demais para se realizar um sonho e lutar pela felicidade das pessoas amadas.

Na última semana, após 47 anos de convivência, o aposentado do GDF e beneficiário do INAS, José Batista dos Santos, de 68 anos, e sua companheira Abelina Alves de Barros, 61, formalizaram o casamento, na esfera civil, com uma cerimônia no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília. O que torna este caso especial é que o noivo está internado na unidade, recebendo atenção da equipe de cuidados paliativos, que tem por objetivo prestar assistência aos pacientes incuráveis, oferecendo dignidade e diminuição de sofrimento.

Há 4 anos, José detectou efeitos da Doença de Chagas no coração e logo a enfermidade se agravou, atingindo o esôfago e os rins. Após vários tratamentos, os médicos descartaram a possibilidade de transplantes. Assim que foi internado no Sírio-Libanês, a família de José recebeu a triste notícia de que ele não tem mais tanto tempo de vida.

Foi um dos sete filhos de José e Abelina quem revelou à médica responsável pelo tratamento o sonho do pai em se casar no civil com a companheira de tantos anos. Segundo ele, o pai estava preocupado em deixar a companheira desamparada.

A história do casal comoveu a equipe do hospital, que depois de obter a autorização dos médicos e garantir a segurança do paciente, preparam o casamento no tempo recorde de uma semana, com direito a decoração especial, alianças, bolo, doces e música ao vivo. A alegria dos noivos e da família contagiou a todos e os funcionários se sentiram recompensados.

“Quando eu levei isso para minha gerência, para os meus gestores, eles abraçaram. Aí eu falei: vamos fazer! Juntamos uma equipe para este único propósito”, lembrou Luciano Cardoso, o concierge do hospital, que também atuou com mestre de cerimônias.

José e Abelina são baianos e vieram para o Distrito Federal na década de 1980. A noiva contou que quando eles “se juntaram” ela tinha apenas 15 anos e, desde então, são inseparáveis e construíram uma grande família, composta por sete filhos, 13 netos e um bisneto.

Após a cerimônia, Abelina disse estar muito feliz. “Eu estou me sentindo muito bem. Tudo tem o dia certo de Deus. Em todos os momentos da minha vida estou pedindo para Deus curar o José. E para ele poder ir para casa”, afirmou ainda com esperança na recuperação do marido.

_{Com informações do Hospital Sírio-Libanês e Portal Metrópoles.}